quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

 



Saiba como praticar o desapego e aplicá-lo na sua vida

Uma vez li em uma revista uma reportagem sobre pessoas que liam livros ou revistas e, após acabar de lê-los, deixavam os mesmos em bancos de jardins, de ônibus, de bar para que outras pessoas pudessem compartilhar a mesma leitura.

Adorei a ideia e comecei a exercitar este desapego.

Eu, que adorava ler e guardar todo livro e revista que lia para quem sabe um dia voltar a ler, comecei a praticar da mesma atitude.

No início desapegar é um tanto difícil, mas combatia a dificuldade quando pensava: “Quantas vezes li um livro duas vezes?  Nenhuma!!”.

Este exercício foi bem gratificante, e ajudou bastante quando resumi uma vida inteira em 2 malas de alguns quilos para mudar de País.

Descartar parte de sua vida pode revelar muitas coisas com relação a si mesmo como, por exemplo, aquilo que você guarda, aquilo que joga fora, aquilo que compra.

Segundo a psicóloga Maria Cândida do Amaral, “Sapatos, automóveis ou a decoração da casa são elementos que empregamos para exteriorizar nossa personalidade, tanto quanto para ajudar a construí-la”.

E, quando exteriorizamos nossa personalidade em objetos fica difícil deixá-los para trás.

O significado da palavra Desapego no dicionário “Desafeição, desamor, indiferença, desinteresse, desprendimento”, pode ajudar também a compreender melhor a dificuldade que existe do desapegar.

Não é fácil ter desamor por algo que se tem amor, que lhe traz lembranças e que tem uma história para contar.

O maior ato do desapego é soltar o passado e as preocupações com o futuro e viver no momento presente.

Penso que Fernando Pessoa escreveu um lindo texto sobre este tema e o chamou de “Praticando o desapego”.

Transcrevo aqui o mesmo texto e faço suas as minhas palavras.

“Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final.

Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário….

Perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.

Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos.

Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos que já se acabaram.

As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas possam ir embora.

Deixar ir embora. Soltar.

Desprender-se.

Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.

Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: Diga a si mesmo que o que passou jamais voltará.

Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo…

– Nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.

Encerrando ciclos, não por causa do orgulho, por incapacidade ou por soberba…

Mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais em sua vida.

Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira.

Quando um dia você decidir a pôr um ponto final naquilo que já não te acrescenta.

Que você esteja bem certo disso, para que possa ir em frente, ir embora de vez.

Desapegar-se, é renovar votos de esperança de si mesmo,

É dar-se uma nova oportunidade de construir uma nova história melhor.

Liberte-se de tudo aquilo que não tem te feito bem, daquilo que já não tem nenhum valor, e siga, siga novos rumos, desvende novos mundos.

A vida não espera.

O tempo não perdoa.

E a esperança, é sempre a última a lhe deixar.

Então, recomece, desapegue-se!

Ser livre, não tem preço!“

Texto escrito para o @blogdescalada em fevereiro 10, 2014 11:00 am


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