A importância de sair da zona de conforto
Em primeiro lugar precisamos esclarecer o que seria este nome “Zona de Conforto” que tanto escutamos ultimamente?
Segundo a Wikipédia, Zona de Conforto é uma série de ações, pensamentos e/ou comportamentos que uma pessoa está acostumada a ter e que não causam nenhum tipo de medo, ansiedade ou risco.
Nessa condição a pessoa realiza um determinado número de comportamentos que lhe da um desempenho constante, porém limitado e com uma sensação de segurança. Estes comportamentos incluem experiências positivas e negativas, comportamentos construtivos e destrutivos.
É claro que durante toda nossa vida buscamos conforto, e a nossa sociedade nos encoraja para esta obtenção. A grande maioria dos produtos e serviços são pensados, desenhados e publicitados dia após dia para nos sentirmos mais confortáveis, e ainda bem.
Mas isto não é sinônimo de vivermos sempre na nossa zona de conforto, também não quer dizer que se trata daquele sítio ou aquele espaço que recorremos quando necessitamos descansar ou restabelecer energias.
São coisas totalmente distintas.
As pessoas, de uma maneira geral, costumam acomodar-se e refugiar-se em sua “zona de conforto”. Acostumam-se com uma certa rotina, conformam-se a um determinado modo de vida, seja no âmbito familiar, social ou profissional.
No entanto, a vida é essencialmente dinâmica. Assim, é preciso adaptar-se continuamente às mudanças que ocorrem, sob pena de estagnação.
Fazer aquilo que você sempre fez irá obter aquilo que sempre obteve, mas se pensar em todas as suas conquistas irá perceber que a grande maioria aconteceu quando deixou de praticar os velhos hábitos e se colocou a realizar algo novo.
Mas, se realizar algo novo nos faz conquistar algo novo e que pode ser satisfatório, porque evitamos sair da “zona de conforto”?
Evitamos porque, de uma forma ou de outra, sair do habitual envolvem diferentes tipos de dor, isto é, nos escondemos atrás de uma barreira invisível que não nos permite aventurarmo-nos, porque para lá desse muro fica a experiência de dor e mal-estar.
Por exemplo, se quer perder peso tem que enfrentar privar-se de certos alimentos que você gosta; se quiser deixar um relacionamento, tem que experimentar a solidão e assim podemos encontrar vários outros exemplos.
As mudanças são desconfortáveis e trazem insegurança e ansiedade, mas a vida oferece possibilidades incríveis e para aproveitá-las é preciso enfrentar algum tipo de dor, esforço ou sofrimento.
Sentir medo do desconhecido é muito normal, mas também desagradável.
Lembre-se que você certamente possui forças e virtudes em si mesmo que possibilitam enfrentar alguns dos seus receios e sair da sua zona de conforto, é um excelente treino para enfrentar aquilo que teme.
Por vezes alguns fatores externos contribuem para a quebra da “zona de conforto” e me veio a ideia de quem somos quando entramos na universidade, o que pensamos, como agimos e depois, como somos diferentes quando saímos da mesma.
Com esta ideia podemos dizer então que deixar a nossa zona de conforto é uma oportunidade de crescimento pessoal.
Se quisermos aprender ou mudar qualquer coisa, necessitamos sair do conhecido e nos aventurar no desconhecido. Isto comporta um risco, pois não sabemos o que se passará ou se seremos capazes de controlar a situação.
Por isso a tendência natural é permanecermos naquilo que controlamos.
O desafio, talvez seja aquilo que mais coloca à prova as nossas capacidades e nos faz avançar. Cada desafio que enfrentamos, ou a que nos propomos, são uma oportunidade para criarmos um “Eu” mais capacitado, habilidoso e realizado.
É claro que a ideia não é se jogar sem medo na primeira oportunidade que surge na frente sem nem mesmo avaliar o risco, mas é experimentar novos passos com responsabilidade e cuidado com você.
Talvez uma boa maneira fosse ter sempre presente as perguntas:
Até aonde eu posso ir?
Quais os passos que sou capaz de dar neste momento?
As mudanças são desconfortáveis, trazem insegurança e ansiedade. Mas são necessárias.
Estas necessidades muitas vezes vêm de dentro para fora, mas pode vir de fora para dentro.
Vivendo em um país da União Europeia, e que passa por um momento de crise onde muitos jovens saem da universidade sem uma visão de futuro, li um artigo onde uma pessoa importante do governo dizia que os jovens deveriam sair de sua “zona de conforto”, deveriam emigrar e ir para além das fronteiras.
E com uma ideia perfeita em relação aos resultados posteriores provenientes da mudança, ele completa dizendo que esse jovem emigrante regressará depois de conhecer boas práticas de um outro país, e poderá replicar o que vivenciou e dinamizar, inovar e empreender.
É isto aí, “bagunçar” algumas vezes não é pecado.
Mas se você ficar com medo e tentar evitar todos os erros, com comportamentos “deixa ver se consigo”, você vai perder muitas oportunidades também.
Texto escrito para o @blogdescalada em outubro, 16, 2012 8:30 am